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Dopamina: função, deficiência e excesso

Você já ouviu falar em dopamina? Bilhões de moléculas de neurotransmissores trabalham constantemente para manter o funcionamento do nosso cérebro, gerenciando tudo, desde a respiração até o batimento cardíaco, até os níveis de aprendizado e concentração.

A dopamina é um neurotransmissor da família das catecolaminas, também conhecidas como aminas biogênicas. É conhecido como o hormônio do bem-estar, que mantém a motivação e a sensação de felicidade. Ele está relacionado com diferentes funções, nas quais consta a regulação de algumas emoções, foco, produtividade, e é capaz de aliviar a dor. 

O que é dopamina?

A dopamina é produzida nos chamados neurônios dopaminérgicos. No citoplasma desses neurônios, a dopamina é sintetizada com base na tirosina, um aminoácido. A tirosina é obtida, em grande parte, por meio da dieta, entretanto, uma porção é produzida no fígado.

Dessa forma, a dopamina é liberada causando sensações subjetivas de prazer, e isso pode resultar na repetição de determinados comportamentos. Estes podem se basear em necessidades vitais do organismo, como sentir fome e sede ou comportamentos sociais.

Função do neurotransmissor

Sua ação influencia as nossas emoções, aprendizado, humor e atenção. Além disso, a dopamina atua controlando o sistema motor, e a sua deficiência pode afetar os movimentos.

Uma das principais características da dopamina está em sua ação no chamado sistema de recompensa. Ao realizar determinadas atividades, como beber quando se tem sede, a área tegmental do cérebro recebe os estímulos e ocorre a liberação de dopamina em determinadas regiões do cérebro, dando a sensação de prazer.

Dopamina e serotonina

Assim como a dopamina, a serotonina é um neurotransmissor do grupo das aminas biogênicas. No sistema nervoso central, a serotonina também atua influenciando o humor, atividades motora, aprendizado, entre outras.

Além de estar relacionada à regulação do sono e do apetite, o sistema serotonérgico tem sido um dos focos para o controle de peso. A serotonina juntamente com a dopamina e outros neurotransmissores atuam sobre o sistema de recompensa.

Sistema de recompensa 

Possuímos em nosso cérebro um circuito neuronal conhecido como sistema de recompensa. É esse sistema que promove motivação para a realização das atividades do nosso dia a dia que garantem nossa sobrevivência e reprodução. É ele, por exemplo, que garante a sensação prazerosa quando bebemos água ao sentir sede.

A dopamina apresenta relação direta com esse sistema. Os neurônios encontrados na base do cérebro, em uma região chamada área tegmental ventral, recebem estímulos do sistema de recompensa e são ativados. Ao serem ativados, esses neurônios liberam dopamina, que atingirá determinadas áreas do cérebro, como o nucleus accumbens, importante estrutura relacionada com a percepção do prazer.

Dopamina e alimentos

A dopamina é sintetizada a partir do aminoácido tirosina nos terminais axônicos dos chamados neurônios dopaminérgicos. Esse aminoácido está presente em diversos alimentos, mas também pode ser sintetizado no fígado a partir de outro aminoácido, a fenilalanina. Como a maior parte da dopamina é sintetizada pela tirosina, é importante uma alimentação bastante diversificada para garantir a síntese desse neurotransmissor.

Deficiência do neurotransmissor

A deficiência de dopamina está relacionada a algumas doenças, de problemas motores a problemas neurológicos, como:

  • Deficiência de TDAH

A causa subjacente do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) também ainda é desconhecida. Contudo, é amplamente aceito que a causa básica do TDAH seja provavelmente uma anormalidade na função da dopamina. Isso parece lógico, já que a dopamina é fundamental para manter o foco.

A maioria dos medicamentos para TDAH baseia-se na teoria da “deficiência de dopamina”. Acredita-se, portanto, que os medicamentos prescritos para tratar o TDAH aumentem a liberação de dopamina e de norepinefrina, ao mesmo tempo que diminuem a taxa de reabsorção desses elementos.

  • Fibromialgia e na síndrome da fadiga crônica

Bem como Fibromialgia quanto a Síndrome da Fadiga Crônica estão associadas a baixos níveis de dopamina.

Os sintomas de dopamina baixa experimentados por pacientes com essas síndromes incluem nebulosidade cerebral, músculos doloridos, baixa concentração, tremores, equilíbrio e coordenação deficientes e anormalidades na marcha.

  • Doença de Parkinson

A doença de Parkinson afeta o sistema motor, provocando, entre outros sintomas, tremores musculares, lentidão anormal dos movimentos, rigidez e alteração no equilíbrio, que podem predispor o indivíduo a quedas. Essa doença é progressiva e afeta pessoas com idade mais avançada.

O Parkinson causa a morte de neurônios no mesencéfalo, os quais são responsáveis pela liberação de dopamina. Essa doença está relacionada diretamente, portanto, com esse importante neurotransmissor.

Atualmente todos os tratamentos de Parkinson visam a remediar os sintomas, ou seja, não são capazes de curar o paciente, e baseiam-se no restabelecimento das quantidades adequadas de dopamina no cérebro.

  • Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno que desencadeia no paciente ilusões, alucinações e outros sintomas importantes. Geralmente, esse transtorno afeta indivíduos no final da adolescência e no inicio da segunda década de vida e pode acometer pessoa de qualquer sexo. Estima-se que cerca de 1% da população do planeta sofre com esse transtorno.

Uma das explicações para a ocorrência de esquizofrenia são alterações nas rotas neuronais que usam dopamina como neurotransmissor. Esse transtorno é provavelmente decorrente de níveis elevados ou então desregulados de dopamina no cérebro. Diante disso, o tratamento para esquizofrenia inclui fármacos que bloqueiam os receptores de dopamina.

Excesso do neurotransmissor

É fato que a dopamina é imprescindível para o bom desempenho das funções fisiológicas. Entretanto, o seu alto nível pode ser prejudicial e comprometer as ações benéficas no sistema nervoso.

O excesso de dopamina geralmente ocorre devido à alteração da quantidade de outros neurotransmissores, a fatores genéticos ou ao abuso de substâncias químicas, especialmente as drogas ilícitas.

Uso de drogas 

O uso de drogas está relacionado com alterações no sistema de recompensa. Cada droga terá sua forma de ação, porém, geralmente elas atuam nos neurônios dopaminérgicos, levando a um aumento rápido de dopamina e, consequentemente, a uma sensação de prazer. Na medida em que a dependência estabelece-se, mudanças acontecem no sistema de recompensa de longa duração. Isso faz com que o usuário sinta cada vez mais vontade de fazer uso de drogas.

Algumas drogas, como a cocaína, atuam de forma a aumentar o tempo de ação da dopamina, impedindo que ela seja recaptada após a sua liberação, dando, assim, uma sensação de prazer. Muitas drogas ligam-se aos receptores de dopamina produzindo um efeito alucinógeno. Esse é o caso, por exemplo, da LSD.

É importante destacar aqui que o uso de entorpecentes é extremamente prejudicial, pois influencia de diversas formas no funcionamento do sistema nervoso. Conforme se consomem determinadas substâncias, o sistema nervoso reage a elas.

 

 

 

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