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Escabiose: O que é, Sintomas e tratamento

A escabiose, também conhecida como sarna, é uma infecção cutânea altamente contagiosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis.

Esta revisão aborda as características clínicas da escabiose, incluindo suas causas, sintomas, métodos de diagnóstico e opções de tratamento, com o objetivo de fornecer um entendimento abrangente sobre essa condição dermatológica que afeta milhões de pessoas globalmente.

O que é escabiose?

A escabiose é uma dermatose parasitária causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis. A transmissão ocorre predominantemente através do contato pele-a-pele prolongado, sendo comum em ambientes superlotados como creches, lares de idosos e prisões. A condição é caracterizada por uma intensa coceira e lesões cutâneas distintas, que podem levar a complicações secundárias devido à infecção bacteriana.

Etiologia

O agente etiológico da escabiose é o ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis, um parasita microscópico que escava túneis na camada superficial da pele para depositar seus ovos. Este ciclo de vida inclui várias fases: ovo, larva, ninfa e adulto, com o ciclo completo ocorrendo em cerca de 10-17 dias. A transmissão ocorre principalmente por contato direto com a pele de uma pessoa infestada, embora a transmissão indireta através de roupas ou roupa de cama também seja possível, mas menos comum.

Sintomas

Os sintomas da escabiose geralmente aparecem de 2 a 6 semanas após a infestação inicial, mas podem surgir mais rapidamente em indivíduos previamente expostos. Os principais sintomas incluem:

  • Prurido Intenso: Especialmente à noite, devido à resposta imunológica aos ácaros e seus produtos metabólicos.
  • Rash Cutâneo: Pequenas pápulas, vesículas ou pústulas, frequentemente acompanhadas de linhas finas e onduladas que representam os túneis escavados pelos ácaros.
  • Lesões de Coceira: Causadas pela coceira intensa, podem levar à formação de crostas e infecções secundárias.

As áreas mais comumente afetadas incluem os espaços interdigitais, punhos, cotovelos, axilas, área genital e abdômen. Em lactentes e crianças pequenas, as palmas das mãos, solas dos pés e o couro cabeludo também podem ser afetados.

Diagnóstico

O diagnóstico de escabiose baseia-se na combinação de dados clínicos e laboratoriais. Os principais métodos diagnósticos incluem:

  • Exame Clínico: Identificação das lesões cutâneas típicas e a distribuição das mesmas.
  • Raspado de Pele: Coleta de amostras das lesões para exame microscópico, que pode revelar ácaros, ovos ou fezes.
  • Dermatoscopia: Uso de um dermatoscópio para visualizar os túneis e ácaros na pele.
  • Testes Imunológicos: Em alguns casos, testes sorológicos podem ser utilizados para detectar anticorpos específicos contra os ácaros.

Tratamento

O tratamento da escabiose envolve a erradicação dos ácaros e o alívio dos sintomas. As principais opções terapêuticas incluem:

  • Escabicidas Tópicos: Como a permetrina 5%, que é aplicada em todo o corpo e deixada por 8-14 horas antes de ser lavada. Outros escabicidas tópicos incluem benzoato de benzila e crotamiton.
  • Ivermectina Oral: Uma medicação antiparasitária que é eficaz em casos de escabiose resistente ao tratamento tópico ou em surtos institucionais. É geralmente administrada em duas doses com intervalo de uma a duas semanas.
  • Tratamento Sintomático: Inclui o uso de antihistamínicos para aliviar a coceira e antibióticos para tratar infecções secundárias bacterianas.

Medidas de controle incluem lavar roupas e roupas de cama em água quente e tratar contatos próximos para prevenir a reinfestação.

Prevenção

A prevenção da escabiose envolve a educação sobre a doença, higiene pessoal e o tratamento simultâneo de todos os contatos próximos para evitar a propagação. Em instituições, a implementação de medidas de controle de infecções é crucial para controlar surtos.

A escabiose continua a ser um problema de saúde pública significativo devido à sua alta contagiosidade e potencial para causar desconforto e complicações secundárias. Um diagnóstico preciso e o tratamento adequado são essenciais para controlar a disseminação e reduzir o impacto dessa infecção cutânea. Pesquisas futuras devem focar em novas terapias e estratégias de prevenção para melhorar o manejo da escabiose em diversas populações.

Referências

  • Chosidow, O. (2006). Clinical practices. Scabies. New England Journal of Medicine, 354(16), 1718-1727.
  • Heukelbach, J., Feldmeier, H. (2006). Scabies. The Lancet, 367(9524), 1767-1774.
  • Strong, M., Johnstone, P. (2007). Interventions for treating scabies. Cochrane Database of Systematic Reviews, (3).
  • Thomas, C., Coates, S. J., Engelman, D., Chosidow, O., Chang, A. Y. (2021). Ectoparasites: Scabies. Journal of the American Academy of Dermatology, 84(6), 1393-1404.

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