Antes de ler esse artigo responda a pergunta abaixo.
Olhe as figuras acima e diga: qual se chama “bouba” e qual se chama “kiki”?
Você provavelmente respondeu que a BOUBA é a forma arredondada e KIKI, a pontiaguda.
Como eu adivinhei?
Simplesmente porque 98% das pessoas que fizeram esse teste associam a palavra BOUBA a forma arredondada e KIKI a forma pontiaguda.
Não é truque, ou algo parecido, mas trata-se de um fenômeno conhecido como sinestesia.
O que é sinestesia
A sinestesia ocorre quando há o uso de sensações de diferentes órgãos do sentido em uma expressão. Ou seja, essa figura de linguagem está ligada aos sentidos: audição, visão, tato, paladar e olfato.
Efeito bouba/Kiki
O efeito bouba/kiki é um mapeamento não arbitrário entre os sons da fala e a forma visual dos objetos. Foi documentado pela primeira vez por Wolfgang Köhler em 1929 usando palavras sem sentido. No experimento, o cientista apresentou aos participantes duas figuras, uma com pontas e outra com curvas, e em seguida pedia que as nomeassem como “takete” ou “baluba”.
Como você já deve imaginar, a maioria disse que a figura pontiaguda era “takete” e a curvilínea, “baluba”.
O experimento de Kohler não chamou muita atenção nem foi levado a sério pela comunidade científica, permanecendo como uma mera curiosidade até 2001, quando dois pesquisadores americanos publicaram pesquisas sobre sinestesia, um fenômeno que faz as pessoas misturarem experiências sensoriais, inclusive sons e imagens. Acredita-se que ele se manifeste em uma a cada 20 pessoas. Vilayanur Ramachandran e Edward Hubbard, da Universidade da Califórnia, suspeitavam que as conexões sensoriais cruzadas eram uma característica do cérebro humano. E o melhor meio de testar a hipótese era o experimento feito quase oito décadas antes pelo psicólogo alemão.
Entretanto, os cientistas começaram a acreditar que talvez a sinestesia seja o elo perdido da linguagem moderna. A forma que nasceram os idiomas ainda não está totalmente clara para os pesquisadores, os linguistas estão começando a acreditar que talvez haja uma ligação entre os nomes de objetos e os sons e as formas que fazemos com os lábios para pronunciar uma palavra.
Desde que foi confirmado o resultado de Kohler, várias áreas científicas têm explorado o efeito bouba/Kiki e realizados vários estudos para entender suas implicações .
A ciência indica que nossos sentidos estão interconectados. O cérebro forma vínculos entre formas, sons e sabores.
Um estudo realizado na Universidade de Londres, no Reino Unido, revelou que a comida nos parece mais doce quando servida em um prato redondo em comparação com um quadrado ou triangular.
Experimentos também revelaram que os sabores picantes, como o do gengibre e do wasabi, são percebidos de forma mais intensa se servidos em recipientes “kiki” (ásperos e pontiagudos) enquanto a comida parece ficar mais cremosa em recipientes “bouba” (suaves e redondos).
Fica evidente, que o processo de dar nome para as coisas não é totalmente arbitrário e se você fosse escolhido para batizar todas as coisas em um mundo ainda sem nome para nada, certamente seguiria esse padrão, mesmo que inconscientemente.
Ainda existem muitos mistérios sobre o cérebro humano, nossa percepção sobre o mundo com certeza mudará muito depois que desvendarmos todos os seus segredos.
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