Que as abelhas fazem mel isso todo mundo já sabe. Porém sua importância vai mais além, visto que tem um papel extremamente relevante para a natureza. As abelhas são responsáveis pela polinização de plantas e são amplamente reconhecidas como as mais importantes para essa função em escala global. Mais de vinte mil espécies de abelhas – pertencentes a várias famílias da ordem Hymenoptera – já foram descritas e um número indefinido ainda é desconhecido. Só no Brasil já foram identificadas quase três mil espécies de abelhas e 80% delas são encontradas na Floresta Amazônica.
As abelhas são insetos incríveis com muitas curiosidades, significados, e que vivem em colônias organizadas, as conhecidas colmeias. Suas colônias podem chegar a ter cerca de 60 mil abelhas, sendo de extrema importância para o equilíbrio ecológico, já que contribuem com a agricultura e são responsáveis na produção do mel, geleia real, cera e própolis.
Sociedades das abelhas
A sociedade é uma relação ecológica harmônica intra-específica. Na maioria das espécies de abelhas, esta forma de organização é muito precisa, havendo divisão de atividades entre os organismos que possuem diferenciações anatômicas de acordo com a função que realizam, geralmente acompanhando o dimorfismo sexual.
Dentro da colmeia vive uma sociedade dividida em castas, onde as abelhas do sexo feminino dominam: a abelha rainha e as abelhas operárias, de quem depende toda a vida na colmeia, e os zangões, que são os machos e têm como única função a reprodução.
- Rainha: é uma fêmea fértil, diploide, que pode viver de cinco a dez anos, a única fêmea que se reproduz nessa sociedade, cuja função é procriar e originar todos os indivíduos da colmeia. A fecundação da rainha acontece durante o voo nupcial, um momento em que vários zangões podem fecundá-la. Cerca de cinco dias após a fecundação, a rainha faz a postura dos ovos nos chamados favos, mais precisamente nos alvéolos, que são fabricados pelas operárias. Além de garantir a reprodução, a rainha tem o papel de manter todas as abelhas dentro da colmeia, o que é conseguido graças à liberação de um feromônio de agregação. Quando os óvulos da rainha forem fecundados pelos espermatozoides, resultarão em ovos que originarão larvas femininas, enquanto que os óvulos que não forem fecundados se desenvolvem por partenogênese originando zangões.
- Operárias: são fêmeas estéreis com ovários atrofiados que vivem por aproximadamente trinta dias. Realizam diferentes atividades dentro da colmeia, pois são as únicas abelhas da colmeia dotadas de aparelho bucal e patas especializadas para a colheita do pólen, sendo delas a responsabilidade de colher o néctar das flores, alimentar as larvas, produzir cera para construção da colmeia, além da conservação, segurança e limpeza da colmeia. Vale salientar que, na falta de uma rainha, algumas operárias podem colocar ovos, porém esses não são fecundados, dando origem, portanto, apenas a zangões.
- Zangão: os machos da colmeia. Sua função na sociedade das abelhas é garantir a fecundação da rainha. Até o dia da fecundação, os zangões são alimentados pelas operárias com mel, mas logo após o voo nupcial eles morrem, em virtude da perda dos órgãos sexuais durante a cópula.
É importante salientar que cada casta apresenta algumas particularidades no que diz respeito à sua anatomia e morfologia. A rainha, por exemplo, é mais comprida que as outras castas, e o zangão apresenta um aspecto mais corpulento. As operárias, por sua vez, são as menores do grupo.
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Como as abelhas fazem mel?
A fabricação do mel inicia-se quando as abelhas operárias coletam o néctar das flores, – ao coletar o néctar as abelhas também fazem a polinização das flores, o que além de permitir a reprodução das plantas, também resulta na produção de frutos com melhor qualidade e maior número de sementes. Embora seja o principal ingrediente, o néctar das flores não é a única matéria prima do mel, uma vez que as abelhas coletam qualquer líquido açucarado que possa ser usado para produzir o alimento.
Glândulas localizadas na cabeça das abelhas secretam duas enzimas que reagem com o açúcar do néctar. Uma enzima, chamada invertase, transforma o néctar em glicose e frutose. A outra, glicose oxidase, lhe confere acidez, impedindo sua fermentação.
Quando expelido pela abelha o mel ainda se apresenta mais líquido, então as abelhas batem as asas para que ocorra a evaporação da água. E desta forma, elas desidratam o mel, matando micro-organismos que ainda possam estar presentes e evitando que estrague. Além disso, é esse processo de secagem que garante a textura e cremosidade do mel.
Logo desidratado, o mel está pronto para consumo. E como ele não é feito imediatamente, elas fecham os favos com cera e assim o mel fica armazenado até ser coletado, ou, se estiver na natureza, até ser consumido pelas próprias abelhas.
O mel é uma substância muito nutritiva, no qual não passa por processos químicos de produção e conservação. Além disso, o açúcar presente no mel é absorvido rapidamente pelo organismo, dando energia quase instantânea. Além disso, também é rico em substâncias antibióticas, aromáticas e sais minerais, que combatem infecções e reforçam o sistema imunológico, que defende seu corpo.
Por que as abelhas estão morrendo?
Albert Einstein previu no século passado que, se as abelhas desaparecessem da superfície da Terra, o homem teria apenas mais quatro anos de vida.
A importância das abelhas vai muito além da produção de mel, tendo o papel fundamental de polinização. A polinização é de alta importância agrícola, pois as abelhas são responsáveis por 33% da produção agrícola do mundo. A diminuição da sua população afeta plantações de frutas, vegetais, chá, cacau, e muitos outros que nunca imaginávamos estarem ligados às abelhas.
Existem diversos fatores que contribuem para essa perda na população das abelhas, como a mudança climática, aquecimento global e a poluição. No entanto, existe uma causa para essas mortes que muitas vezes é esquecida: os pesticidas e produtos químicos que contaminam o meio ambiente. Embora sejam pensados para matar pragas e insetos que prejudicam as plantações, eles acabam atingindo as populações de insetos que são essenciais para a polinização e saúde da agricultura.
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