A Ivermectina e a cloroquina vêm ganhando uma popularidade desde que a pandemia pelo novo coronavírus despertou a incessante busca pela terapia eficaz e segura contra a Covid-19.
Pesquisas em fase inicial apontaram o remédio antiparasitário como possível tratamento ao novo coronavírus, com isso provocou uma corrida às drogarias: segundo o Conselho Federal de Farmácia, as vendas triplicaram em abril, saltando para mais de 2 milhões de comprimidos.
Ao mesmo tempo que se buscam terapias eficazes contra Covid-19, novos agentes farmacológicos surgem como potenciais tratamentos. O antiparasitário ivermectina é um dos medicamentos que vêm sendo estudados e que recentemente tem chamado a atenção da comunidade científica.
O que é ivermectina?
A Ivermectina (IVM) é um dos medicamentos antiparasitários de amplo espectro mais conhecido e utilizado pela medicina humana e veterinária, sob aprovação do Food and Drug Administration (FDA) para uso em infecções causadas por artrópodes (insetos, piolhos e carrapatos) e vermes (nematódeos).
Geralmente é prescrito para esses casos em dose única, e em alguns casos repetida uma ou duas semanas depois. Ainda não há estudos sobre os efeitos de seu uso contínuo.
Pesquisa sobre Ivermectina x Covid-19
Um estudo pelo Biomedicine Discovery Institute (BDI) da Monash University, em Melbourne, na Austrália, com o Instituto Peter Doherty de Infecção e Imunidade (Doherty Institute), mostrou que a ivermectina possui atividade antiviral, em teste in vitro, contra o vírus causador da Covid-19 (SARS-CoV-2).
O agente causador da atual pandemia de Covid-19, SARS-CoV-2, é um vírus de RNA de sentido positivo de cadeia simples que está intimamente relacionado ao coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV). Estudos sobre proteínas SARS-CoV revelaram um papel potencial durante a infecção.
Por este motivo, estudos da Ivermectina (IVM) sobre o SARS-CoV-2 estão sendo realizados, com o objetivo de demonstrar o mecanismo de ação deste agente farmacológico sobre o vírus, além de se obter possíveis informações sobre a toxicidade e a dose recomendada.
No estudo foi demonstrado que células infectadas pelo novo coronavírus tiveram uma redução de 93% da replicação viral em 24 horas e redução completa da carga viral após 48 horas, quando expostas à ivermectina. Esse resultado sugere que a atividade inibidora do transporte nuclear da IVM foi eficaz contra SARS-CoV-2.
Teste realizados ivermectina
Porém, os pesquisadores alertaram, ainda, que os testes foram realizados in vitro, sendo necessários testes em humanos para garantir a eficácia da droga. O uso da ivermectina no combate ao Covid-19 dependeria dos resultados de mais testes pré-clínicos e, finalmente, de ensaios clínicos.
A pesquisa ainda carece de comprovação de benefício em ambiente clínico. Assim como outros medicamentos, a Ivermectina surge como uma promessa de sucesso, mas deve ser testada ainda em humanos.
Além disso, a Ivermectina também havia apresentado resultados semelhantes de atividade antiviral contra uma ampla gama de vírus como:
- HIV,
- DENGUE,
- INFLUENZA,
- ZIKA VÍRUS,
Sendo assim, há diversas pesquisas (como da ivermectina, cloroquina, favipiravir e entre outros) estão sendo realizados para avaliar possíveis tratamentos para infecções causadas pelo coronavírus. Até o momento não há nenhum medicamento com eficácia comprovada ou aprovado para o tratamento do COVID-19.
Prescrição de ivermectina na COVID-19
A prescrição de medicamentos para indicações não aprovadas pela Anvisa não é proibida, mas deve levar em conta as evidências científicas disponíveis e os potenciais riscos e benefícios aos pacientes.
O farmacêutico deve analisar cada caso e decidir se irá atender à prescrição, considerando o Código de Ética Farmacêutica e as demais legislações aplicáveis.
Atenção: a ivermectina é um medicamento e não deve ser tomada sem prescrição médica. Em caso de dúvida procure o farmacêutico e o médico.
Fonte:
Institute (BDI) da Monash University
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