Anemia
A anemia é definida como a redução, abaixo dos valores de referência, na concentração de hemoglobina, a proteína que transporta o oxigênio pelo sangue. Esse fenômeno pode estar associado ou não à diminuição no número de hemácias (as células vermelhas) circulantes.
O que é Anemia?
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal, levando à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio. A hemoglobina é a substância que nosso corpo utiliza para transportar o oxigênio. Ela é carregada em nosso sangue pelas hemácias ou glóbulos vermelhos.
A anemia, na verdade, é uma síndrome, que pode acompanhar várias doenças. O processo de oxigenação depende da hemoglobina, que fica na hemácia, além da respiração e da circulação em si, podendo haver algum tipo de compensação entre esses componentes em situações de um problema mais discreto. O fato é que uma quantidade de hemoglobina abaixo do normal reduz a capacidade de o sangue carrear oxigênio, o que ativa uma série de mecanismos de correção.
Causas
As anemias podem assim ser divididas em:
- Causadas pelo fato do corpo não produzir células sanguíneas vermelhas suficientes
- Causadas por sangramentos, que fazem com que você perca glóbulos vermelhos mais rapidamente do que eles podem ser substituídos
- Causadas pela destruição dos glóbulos vermelhos (anemias hemolíticas).
Tipos de anemias
Há seis que merecem destaque:
Anemia ferropriva
É provocada pela deficiência de ferro no organismo, que tem papel fundamental na produção dos glóbulos vermelhos. Corresponde a aproximadamente 90% de todos os casos da doença.
Anemia perniciosa ou megaloblástica
Este tipo é causado pela carência de vitamina B12, um nutriente muito presente em alimentos de origem animal, como carnes, ovos e leites.
Inclusive, ela costuma ser uma das principais necessidades de pessoas vegetarianas que não consomem as melhores fontes de proteínas vegetais para substituir na alimentação.
Anemia hemolítica
A hemolítica ocorre em indivíduos cujos glóbulos vermelhos são destruídos mais rapidamente do que deveriam e a medula óssea não consegue os repor.
Anemia falciforme
O tipo mais comum das anemias hereditárias é caracterizado pela alteração dos glóbulos vermelhos, que adquirem formato semelhante ao de uma foice.
Geralmente, eles têm a membrana muito mais frágil e, por isso, rompem-se com mais facilidade.
Anemia aplástica
Tipo mais raro, acontece quando o organismo não produz quantidade suficiente de glóbulos vermelhos.
Pode ser provocada por doenças autoimunes, infecções e até mesmo pela exposição a produtos químicos.
Anemia do recém-nascido
Costuma ocorrer em bebês que sofreram deficiência placentária.
Diferenças entre anemia aguda e anemia crônica
A anemia pode surgir de forma aguda ou crônica, distinção que é fundamental para determinar a melhor forma de tratamento.
Anemia aguda
Instala-se rapidamente e geralmente é provocada por uma hemorragia. Pacientes costumam apresentar sintomas, mesmo que a queda da hemoglobina não seja muito acentuada.
Anemia crônica
Instala-se de forma lenta e gradual e costuma ser assintomática nas fases iniciais. Os sintomas só costumam aparecer quando a quantidade de hemoglobina no sangue já está bem baixa.
Sintomas
Os sinais e sintomas da anemia são inespecíficos, necessitando-se de exames laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico. Os principais sinais e sintomas da anemia são:
- Fadiga generalizada
- Anorexia (falta de apetite)
- Palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), nas anemias hemolíticas os olhos podem ficar amarelados
- Menor disposição para o trabalho
- Dificuldade de aprendizagem nas crianças
- Falta de ar
- Tonturas
- Dor no peito
- Mãos e pés frios
- Dor de cabeça
- Apatia (crianças muito “paradas”)
- Vontade de comer substâncias não alimentares, como gelo ou arroz cru
- Formigamento nas mãos e pés.
Diagnóstico
Os sinais e sintomas da anemia são inespecíficos, necessitando-se de exames laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico.
Avaliação clínica e exames laboratoriais de sangue são fundamentais para o diagnóstico. Uma vez constatado o distúrbio, é indispensável determinar sua causa para introduzir o tratamento adequado.
No geral, os resultados são comparados aos dados de uma tabela que estabelece o nível ideal de hemoglobina para diferentes grupos.
Assim, o paciente apresenta anemia quando:
Homens: menor que 13 g/dl;
Mulheres: menor que 12 g/dl;
Crianças de 6 meses a 5 anos: menor que 11 g/dl;
Grávidas: menor que 11 g/dl.
No caso de idosos, é necessário observar primeiro a idade do paciente, visto que é normal que o nível médio de hemoglobina caia com o passar dos anos.
Por isso, também é comum que pessoas na terceira idade apresentam quantidades que caracterizam anemia caso fossem alguns anos mais jovens. Porém, nem sempre é o caso e somente um médico pode afirmar com certeza.
Exames
Os exames mais apropriados são:
- Exame físico durante a consulta para analisar os sintomas
- Hemograma completo: detecta se a taxa de hemoglobina está baixa e se o formato dos glóbulos vermelhos está alterado
- Exames laboratoriais para analisar a deficiência de vitaminas.
Se você receber um diagnóstico de anemia, seu médico pode solicitar testes adicionais para determinar o tipo da anemia.
Tratamento
O tratamento varia muito de acordo com o tipo de anemia que o paciente apresenta. Confira:
Anemia ferropriva
Inclui uso de suplementos de ferro, alterações na dieta para incluir a quantidade adequada deste nutriente e, quando provocada por hemorragia, é necessário encontrar a fonte do sangramento e interromper a perda de sangue.
Anemia perniciosa ou megaloblástica
Uso de suplementos e aumento da ingestão de alimentos ricos em proteína, seja animal ou vegetal. Em caso de problemas na absorção da vitamina B12, talvez seja necessário tomar injeções.
Anemia hemolítica
Tratamento das infecções relacionadas e uso de medicamentos que suprimem o sistema imunológico, que pode estar atacando as hemácias do organismo.
Anemia falciforme
Apesar de ser um problema hereditário, é possível tratá-lo com o uso de medicamentos para dor, administração de oxigênio ou, dependendo do caso, transfusões de sangue e até transplante de medula óssea.
Anemia aplástica
Transfusões de sangue e transplante de medula óssea costumam ser os tratamentos mais adequados.
Anemia do recém-nascido
A amamentação é o melhor jeito de tratar este acometimento
Medicamentos para Anemia
Os medicamentos mais usados para o tratamento de anemia são:
- Combiron
- Combiron Fólico
- Ferronil
- Hemax Eritron
- Hemogenin
- Neutrofer
- Noripurum EV
- Noripurum Fólico
- Prednisolona
- Prednisona.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Orientações
- Palidez, gengivas esbranquiçadas, unhas descoloridas podem ser sinal de anemia. Procure um médico para diagnóstico e tratamento, se necessário;
- Optar por uma alimentação saudável e variada é indispensável para prevenir a ocorrência de anemias causadas por carência nutricional;
- O risco de anemia aumenta na gestação e durante o aleitamento materno, nos primeiros anos de vida das crianças e nos idosos.
Prevenção
A melhor forma de prevenir é manter uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes essenciais para a saúde do organismo, como ferro, vitamina A, vitamina B12 e zinco.
Alimentos para anemia com quantidades generosas de vitamina C também são bem-vindos, uma vez que eles ajudam a turbinar a imunidade e ainda facilitam a absorção do ferro.
Mas fique atento: o ideal é não misturar alimentos ricos em ferro com aqueles que têm níveis elevados de cálcio, uma vez que um pode anular os benefícios do outro.
Leia também:
Insulina inalatória é aprovada no Brasil
Diabetes: Doenças e suas complicações
Hipertireoidismo e hipotireoidismo: Entenda as diferenças
Dengue: causas, tratamento e prevenção
Siga-nos no nosso novo instagram:
Blog de uma leitora
Curtiu o post? Compartilhe nas redes sociais.
Quer ficar por dentro de todos os artigos do Anatomia de uma leitora? É só colocar seu e-mail.