Saúde

Tuberculose ganglionar: sintomas, tratamento

Tuberculose ganglionar: o que é, sintomas, diagnóstico, tratamento

Você sabe o que é tuberculose ganglionar? Essa doença, muito comentada atualmente pela mídia, e tem despertado a curiosidade de muitas pessoas.

Neste artigo há informações sobre essa patologia, como sintomas, contágio, fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Continue a leitura e acompanhe!

O que é tuberculose ganglionar?

A tuberculose ganglionar é uma variedade de tuberculose na qual os bacilos Mycobacterium tuberculosis, também conhecidos como Bacilos de Koch (BK), não infectam os pulmões como de costume, mas, sim os gânglios, órgãos do corpo onde está situada grande parte das células de defesa.

Tuberculose ganglionar é um tipo de tuberculose que acomete os gânglios linfáticos, também chamados de linfonodos, que são pequenos órgãos de defesa localizados em várias partes do corpo. A tuberculose ganglionar é a forma mais comum de tuberculose extrapulmonar .

A tuberculose ganglionar acomete com mais frequência os gânglios do pescoço, da região da clavícula, do tórax, das axilas e virilha. A doença geralmente é um sinal de imunodeficiência relacionada à AIDS, sendo comum nesses casos o acometimento de várias cadeias ganglionares.

Ao contrair essa bactéria, o pulmão é o primeiro local infectado — e, por esse motivo, a tuberculose pulmonar é o tipo mais comum da doença. O que acontece, todavia, é que o bacilo pode se espalhar por todo o organismo e acabar afetando outros órgãos, condição que passa a ser definida como tuberculose extrapulmonar.

As características epidemiológicas da tuberculose ganglionar diferem da tuberculose pulmonar, assim como as manifestações clínicas são variáveis e, desta forma, o diagnóstico torna-se num desafio constante, dependendo em larga medida da suspeição clínica. O seu diagnóstico é muitas vezes difícil e tardio, o que aumenta a sua morbilidade e mortalidade.

Algo que a maioria das pessoas não sabe é que a Mycobacterium tuberculosis pode permanecer inativa no organismo por muito tempo sem manifestar sintoma algum. Condições que provocam a queda do sistema imune — como o estresse — favorecem a proliferação da bactéria, portanto, podem desencadear a doença.

Quais são os seus sintomas?

Os sintomas que definem a tuberculose ganglionar são diferentes dos da pulmonar, isso devido à diferença dos órgãos afetados. A doença, portanto, não conta com a presença de espirros e nem de tosse com sangue. Por acometer com maior frequência os gânglios da cadeia cervical, na região do pescoço, os sintomas mais comuns da tuberculose ganglionar são:

  • ínguas inchadas no pescoço, que evoluem gradativamente;
  • vermelhidão e inflamação no local;
  • dor na região cervical.

Ademais, outros sintomas menos específicos que também acometem os pacientes são:

  • perda do apetite;
  • emagrecimento;
  • palidez;
  • febre baixa, em torno dos 38º C, principalmente no fim da tarde;
  • sudorese noturna;
  • cansaço excessivo.

Como ocorre o contágio?

A transmissão da tuberculose, no geral, ocorre pelas vias aéreas, sobretudo pelo contato direto com pacientes infectados. Quando alguém fala, tosse ou espirra, pequenas gotas de saliva são expelidas para o ambiente e podem acabar sendo aspiradas por outra pessoa. Se essas gotículas estão infectadas pela Mycobacterium tuberculosis, o indivíduo será contaminado.

Pessoas que passam mais de 6 horas por dia com alguém que tenha tuberculose pulmonar, que é o tipo mais transmissível, têm mais chances de aspirar essas gotículas contaminadas pelos bacilos — ou seja, se você convive com alguém que apresenta a condição, o seu risco de contrair a doença é elevado.

Não, a tuberculose ganglionar não é contagiosa. Este é um tipo de tuberculose extrapulmonar, ou seja, que não afeta os pulmões, portanto não é transmitida de pessoa para pessoa através das secreções respiratórias.

Tuberculose e HIV

Existe uma relação mais próxima entre o HIV e as tuberculoses. Vale ressaltar, principalmente, que a tuberculose ganglionar é um tipo extrapulmonar bem comum em que é imunossuprimido.

Quais são os fatores de risco para contrair essa doença?

Para contrair a infecção pelos Bacilos de Koch, é preciso entrar em contato com uma pessoa que tenha tuberculose. No entanto, isso não significa que a doença vai se desenvolver, porque tudo depende da condição imunológica de cada indivíduo.

Pessoas imunodeprimidas, como os portadores do vírus HIV, ou imunossuprimidas, como os pacientes em tratamento do câncer, estão mais suscetíveis à tuberculose. Além disso, existem outras condições que também podem contribuir para a baixa imunidade e facilitar o desenvolvimento dessa patologia. Entre elas:

  • alimentação inadequada;
  • higiene insuficiente;
  • estresse;
  • tabagismo;
  • alcoolismo.

Diagnóstico

Caso desconfie de que está com tuberculose ganglionar, o paciente deve procurar um clínico geral imediatamente. Após o exame clínico, no qual o médico analisa os sinais e os sintomas relatados, será requisitada pelo profissional uma biópsia do tecido para confirmar o diagnóstico.

No exame, uma punção é feita no gânglio com uma agulha muito fina, que retira uma amostra do local para verificar a presença dos bacilos. Em alguns casos, quando a porção de tecido não for suficiente, pode ser necessário remover o nódulo para análise.

A amostra é submetida à cultura microbiológica — na qual o crescimento de colônias confirma a presença da Mycobacterium tuberculosis — e a testes de sensibilidade aos antibióticos, para verificar se as cepas são resistentes a algum medicamento. Além disso, testes moleculares estão disponíveis atualmente para confirmar se o bacilo realmente é o da tuberculose.

Depois disso, o tecido colhido passa por uma série de exames, como:

  • PCR – pesquisa do material genética para confirmar se é o bacilo da tuberculose
  • Análise e pesquisa de cultura – em que o bacilo é cultivado e sua sensibilidade aos medicamentos.

Com esses exames, é possível determinar o melhor tratamento.

Tratamento

O tratamento da tuberculose ganglionar é o mesmo usado em qualquer tipo de tuberculose e tem a duração de 6 meses. Nos primeiros 60 dias, o esquema medicamentoso administrado é chamado de “RIPE”, uma associação dos antibióticos rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

A segunda fase do tratamento, que só termina quando completados os 6 meses, utiliza apenas a rifampicina e a isoniazida. Todos esses medicamentos são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, são completamente gratuitos.

Não desista do tratamento

É muito comum que o paciente abandone o tratamento assim que os sintomas começam a cessar. No entanto, as chances de retorno da tuberculose nesses casos é muito grande, o que dificulta a recuperação em longo prazo.

Essa atitude aumenta as chances de a doença voltar e prolonga ainda mais o período de recuperação. Ademais, parar com a medicação no meio do tratamento eleva os riscos de desenvolver resistência bacteriana, fazendo com que alguns bacilos se tornem difíceis de combater.

Seguir o tratamento corretamente, respeitando as dosagens, os horários a duração adequada é, portanto, a única forma de conquistar a cura dessa doença e recuperar a sua saúde por completo.

Buscando ajuda médica

Qualquer inchaço em regiões de gânglios (como pescoço, virilha , axilas e etc), com vermelhidão e dor deve ser relatado a um médico imediatamente. Agora que você já sabe os principais pontos sobre essa doença, fique sempre atento aos sinais e sintomas manifestados pelo seu corpo! Assim, você pode procurar um médico rapidamente, fazer o tratamento adequado e garantir que a sua saúde esteja sempre em dia.

Você já teve tuberculose ganglionar ou conhece alguém que passou por essa situação? Deixe um comentário no post.

Referência

Disponível em:

Ministério da Saúde

Clínica Mayo, centro de referência em medicina nos Estados Unidos.

Hospital Sírio-Libanês

 

 

Sobre o autor

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(12) Comentários

  1. Concordo quando diz que “acha que muitas pessoas não conhecem a doença” eu mesma não conhecia. Acho que falta muito de informação sobre saúde em nosso país. Nossa, isso do paciente abandonar o tratamento antes do final é muito comun né? Assim que os sintomas somem, os remédios são deixados de lado, mas ali na verdade é uma dose certa pra curar aquela doença e só faz efeito se for tomada durante todo o período de tratamento que o médico orientou, senão, é como você disse acaba voltando tudo de novo.

    Ótimo POST de utilidade pública. Vou compartilhar.

  2. Leonardo Santos diz:

    Adorei o post justamente por ele ser tão informativo, é sempre importante ficar atento aos sinais e fazer o diagnóstico!

  3. Joana Darc diz:

    oi!
    Durante muito tempo eu acreditava que não se tinha casos de tuberculose ganglionar,até que a mãe de um amigo faleceu por causa desta doença…. Parabéns pelo post super informativo..

  4. Joana D'arc diz:

    oi!
    Muito pouco se fala de turbeculose, eu ate pensei que haviam casos desta doença. Até que a mãe de meu amigo veio a falecer por causa dela… parabéns pelo post super informativo…

  5. Paula Marcondes diz:

    Um post com certeza bastante informativo. Gosto dessas utilidades publicas.

  6. Bianca Ribeiro diz:

    Eu já tinha visto algumas pessoas falando sobre essa doença mas eu sempre ficava boiando no assunto, adorei esse post, me ajudou a entender melhor sobre algo que eu não entendia!!! <3

  7. Yvens Castro diz:

    Olá, tudo bem?

    Parabéns pela publicação, bem informativa e completinha. Eu perdi um tio/primo uns 6 anos atrás e um dos motivos do seu falecimento foi a tuberculoso, mas ele bebia muito e isso atrapalhou deveras o seu tratamento.
    Abraço!

  8. maluizace diz:

    Eu desconhecia esta variação da tuberculose e como eu até agora, acho que muita gente tb desconhece. Daí a importância de posts informativos como o teu, qto mais informações melhor né?
    Parabéns!

  9. Olá!

    Um post muito importante nos dias de hoje, ótimo entender mais sobre o que eu não fazia a menor ideia do que realmente se tratava.

  10. Olá!!
    Eu nunca tinha ouvido falar desse tipo de tuberculose até ver aquela cantora doente. Achei sua matéria bem interessante e informativa. Está ótima para quem buscava informação assim como eu.
    Bjs
    https://almde50tons.wordpress.com

  11. Flávia diz:

    Oi. Na primeira foto há dois tipos de lifonodos: normal e inchado. Quando tá inchado quer dizer alguma coisa? E quando o paciente já está no sexto mês de tratamento pq aparece inchado ainda?

    1. Olá, Flávia!
      Obrigada por entrar em contato com Anatomia de uma leitora.
      Então, na primeira foto só aparece linfonodos “normais”, quando a inflamação não é causada por tuberculose, ou seja, por alguma outra inflamação. Já na segunda foto mostra no a inflamação da tuberculose ganglionar, ou seja, os linfonodos ficam mais inflamados e maiores.
      Caso esteja com linfonodos, o importante é procurar um Médico, pois pode ser algum processo inflamatório.
      Respondendo a sua última pergunta, depende a resposta imunológica do paciente, ou seja, como o organismo responde ao tratamento.
      A Tuberculose ganglionar é uma doença que requer paciência, pois o tratamento é muito demorado. O importante é seguir corretamente o tratamento e as indicações do seu médico.
      Qualquer dúvida pode entrar em contato com nossa equipe.
      Atenciosamente,
      Equipe Anatomia de uma leitora

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